domingo, 27 de maio de 2007

"como numa moldura bem fajuta, sou muito pouco do que se vê"

É! Pela primeira vez passo por problemas familiares. Logo eu, que vivia pensando como poderia ajudar amigos com problemas tão maiores. Hoje percebo que no fundo toda família é meio igual. Os problemas mudam muito - uma diferança considerável - mas todas os têm. É engraçado como a gente inventa nossas futuras frustrações. Eu ficava alí, enxergando tudo o que estava acontecendo, mas sempre pensei que pudesse deixar de me omitir, mas não...eu não podia.
E agora, que tudo foi jogado encima de mim - as pessoas sempre querendo me preservar - eu continuo agindo como se desse pra resolver depois, e até penso que não há o que ser feito, mesmo depois. Eu, sempre resolvedora dos problemas do mundo, sou muito estranha com os meus.
É engraçado, se não fosse trágico, o modo como eu consigo me esconder e me mostrar tanto. Falo muito das minhas gracinhas, intimidades, alegrias, mas se o assunto é triste, confesso, tento engolir tudo.
Eu espremo tudo dentro de mim. Não sei se pra esconder ou pra superar. Mas interiorizo e continuo vivendo. O problema é que Freud (será que foi ele mesmo?) já tinha dito: " você não vai desabafar seus problemas e em um outro momento, qndo vc precisar de força, eles explodirão encima de vc" (maios ou menos isso...rs). Eu não ouvi Freud, aliás, eu pareço não gostar de ouvir, talvez por isso não fale. Eu gosto de fingir que sou dona de mim, que já tenho todas as respostas, mas eu me sinto tão frágil.
E ainda que fingisse não escutar, tudo acaba emergindo denovo, tudo o que foi escondido, e sempre da pior forma possível. Eu acabo me sentindo sozinha, pequena. Começo a forçar acontecimentos, festas, encontros. Mas isso ameniza, não cura.
Fico entrando no msn, ligando pra várias pessoas, idealizando novas histórias, mas quando isso tudo acontece não me sinto preparada para enfrentar. Ou melhor, acabo não agindo da mesma forma que quando estou bem comigo, tranquila.
Eu sou o caus e a serenidade total, o inferno e o céu. Tudoaomesmotempo. Dá pra entender a confusão que me causa? Às vezes tenho ânsia de vômito até.
"Eu quero o quente ou o frio; o que for morno, eu vomito", diria a Manu. Mas será que é isso mesmo que eu quero? Muitas vezes, acho que preciso apenas de algumas certezas, sem tantas emoções, certezas! como agora...;)
Você tem a solução pra mim?

Um comentário:

Camilla. disse...

Talvez, porém se eu a encontrar que seja depois do arco íris pertinho de um pote de ouro...teu lugar ta guardado.
Vc é de carne e osso, ta lembrada...
ACONTECER é o verbo, por isso aconteceu, acontece e acontecerá.